28 de maio de 2009

Macacos x Drinks



Trecho de um documentário da BBC sobre comportamentos estranhos em animais. Segundo o estudo realizado com esses macacos do caribe, as porcentagens de espécimes que não bebem álcool, que bebem moderadamente, e que bebem até cair, são exatamente as mesmas da nossa espécie. Ou seja, a tolerância e o gosto por álcool são definidos pelo DNA, e não pela cultura.

A única diferença é que, entre os macacos, quem bebe até cair é respeitado como um bom líder. Se bem que, lembrando do Churchill e do Boris Yeltsin, até que...

26 de maio de 2009

Socorro!

Nossa ilustríssima leitora Júlia enviou essa pequena obra-prima dos bares domésticos:





(clique na foto para ver mais)

24 de maio de 2009

Kampai! A história do sakê.

Toda grande civilização tem uma grande bebida. E a milenar cultura japonesa não teria passado por tantos séculos de glória sem a ajuda desse combustível essencial: o sakê.

Vamos começar nossa aventura de hoje pelo começo, corrigindo duas confusões. A primeira é que a palavra sakê, na língua japonesa, é apenas um termo genérico para descrever qualquer bebida alcoólica. O nome "correto" disso que nós chamamos de sakê é "nihonshu" (日本酒). A segunda é que muita gente chama o sakê de "vinho de arroz", quando na verdade seu processo de fermentação é diferente tanto do do vinho quanto do da cerveja.

Mas vamos evitar a fadiga e chamar o nihonshu de sakê mesmo. Bola pra frente.

Como muita coisa no Japão, a origem do sakê é tão antiga que ninguém sabe direito como tudo começou. Fato é que existem documentos que descrevem, no ano 712 do nosso calendário, os simpáticos habitantes daquela distante ilha asiática envolvidos em um ritual de bebedeira e dança. Existem também registros de produção de uma bebida usando grãos mastigados e cuspidos para fermentar - processo semelhante ao nosso brasileiríssimo cauim. Essa é uma dar formas mais antigas conhecidas pelo homem de transformar plantas em goró, e os chineses já a utilizavam no século XIV a.C.!

No período Asuka da história do Japão (entre 538 e 710 d.C.) o sakê já era a bebida alcoólica predominante naquele país, e sua receita básica já era utilizada. Os ingredientes utilizados para sua produção eram apenas três: água, arroz, e um fungo chamado kôji (nome científico Aspergillus oryzae, o mesmo que é utilizado na produção do molho de soja e do missô). Inicialmente essa produção era monopólio do governo, mas por volta do século X os templos budistas e shintoistas começaram e produzir seu próprio sakê, e se tornaram os principais produtores da bebida até o século XV.

Durante a Restauração Meiji, o governo liberou a abertura de fábricas de sakê, e em cerca de 1 ano foram abertas 30.000 destilarias da bebida em todo o Japão. No entanto, os impostos cada vez mais agressivos fecharam a maioria delas, e esse número caiu para "apenas" 8.000. A maioria delas era controlada por senhores de terras e fazendeiros que plantavam arroz e aproveitavam as sobras de colheita para produzir sakê.

Ao longo do tempo a produção de sakê foi ficando cada vez mais especializada e lucrativa. Em 1904 o governo japonês criou o Instituto de Pesquisas da Produção de Sakê, uma espécie de Embrapa especializada em "bebidas adultas". Em 1907 o governo também lançou um concurso para eleger os melhores sakês do Japão, incentivando o aumento de qualidade dos produtos.

Nesse início de século XX também chegaram os tonéis vitrificados, que o governo obrigou os produtores a usar em substituição aos de madeira. A explicação oficial eram os motivos de higiene, mas o fato dos novos tonéis evitarem a evaporação, aumentando a produtividade e, conseqüentemente, os impostos, também deve ter pesado na decisão do governo.

A última grande revolução no método de produção do sakê ocorreu durante a II Guerra Mundial, quando o racionamento de alimentos diminuiu significantemente o volume de arroz disponível para a produção de bebidas. Os produtores criaram então novos métodos de produzir a bebida, misturando álcool puro e açúcar na massa fermentada de arroz. Infelizmente esse método se tornou o padrão de indústria e é usado até hoje - estima-se que 75% do sakê produzido hoje utilize essa estratégia que desrespeita a tradição.

Paradoxalmente, após a II Guerra Mundial o sakê não voltou a seus índices anteriores de popularidade, mas entrou em declínio em seu país de origem. À medida em que os anos de passam, a qualidade do sakê japonês aumenta, mas seu consumo doméstico diminui. Nos anos 1960, o consumo de cerveja no Japão ultrapassou o de sakê, e de lá pra cá sua popularidade em seu país de origem apenas decaiu.

Felizmente, no resto do mundo, sua popularidade, cresceu. Com fábricas espalhadas na China, Ásia, América do Sul, América do Norte e Austrália, a bebida japonesa alcançou status mundial e é hoje consumida nos quatro cantos do mundo.

50 posts!

Só pra registrar que ultrapassamos a marca de 50 posts... Gostaria de agradecer a todos que nos visitam e deixam seus comentários, é muito importante para nós saber a opinião de vocês. Nossa cruzada épica em nome da boa bebedeira não faria sentido se não fosse por vocês.

Tin tin!

Sky-bar em Praga

A gente que mora aqui no Brasil se acostumou a associar o ambiente da bebedeira a mesinhas de plástico instaladas em uma calçada, ou no máximo um botecão azulejado. Tudo bem, acho tudo isso muito doido, mas às vezes eu sinto falta de ter uma opção mais "profissional".

Historicamente os grandes bares do mundo sempre foram os dos hotéis internacionais, e foram nesses bares que nasceram vários dos drinks mais clássicos e históricos que conhecemos hoje. Aqui em minha querida e humilde cidade de Belo Horizonte fica cada vez mais difícil encontrar um lugar razoável para beber - e é impossível ver um bar como esse.

Estou falando do "Cloud 9" que fica no alto do hotel Hilton de Praga, capital da República Tcheca (região da Boêmia para os íntimos). Dêem uma bela olhada nesse link. Reparem na vista, nos drinks, mas especialmente na decoração e na ambientação do lugar. Cada detalhe importa: a distância entre as cadeiras, a iluminação, as cores, as texturas dos materiais... *lagriminha*

13 de maio de 2009

Resenha: Áustria Beer - Amber

Há alguns anos atrás saiu uma pesquisa sabe-se-lá-de-quem dizendo que Belo Horizonte era a melhor cidade do mundo para morar. Obviamente todos rimos muito disso e mais ainda das propagandas que a Prefeitura fazia em cima dessa "constatação".

Pois bem. Anos depois, ouso pensar que talvez seja verdade.

Explico. Belo Horizonte fica em uma região abençoada por inúmeras fontes de água natural, que vem de mananciais subterrâneos limpinhos e cheirosos. Graças a isso (e a outros fatores sobre os quais não pretendo me estender), de alguns anos para cá a produção belorizontina de cerveja aumentou muito em volume, diversidade, e, principalmente, qualidade.

As últimas estimativas apontavam um número de aproximadamente 220 cervejarias artesanais nas redondezas da capital alterosa. Além delas, existem pelo menos 4 fábricas de chopp - Falke, Wäls, Backer e Krug - que lentamente vão se posicionando no mercado local, dando aos belorizontinos opções choppísticas muito superiores ao lixo distribuído pela Ambev.

Recentemente a Krug Bier lançou no mercado local sua versão engarrafada: a cerveja Áustria. A fábrica fica no bairro Jardim Canadá, a apenas alguns quilômetros da minha casa e dos princiáis bares do Centro e da Savassi. Isso garante uma cerveja fresca e saudável, produzida apenas com malte de cevada, água e lúpulo. Nada de arroz, milho, conservantes, odorizantes, corantes ou sabão em pó.

Uma garrafa de 600ml custa em média uns 7 reais. É uma cerveja honesta, boa, limpinha e trabalhadeira. Vale a pena experimentar!

Existem outros dois sabores além do "Amber" que eu ainda não experimentei, mas pretendo preencher essa lacuna em breve.

Maiores informações no site da empresa.

11 de maio de 2009

4 de maio de 2009

Os uísques mais caros do mundo

Eu estava passeando em um blog chamado Most Expensive quando me deparei com um post sobre os uísques mais caros do mundo. Vejam a lista:
  • Bourbon: Old A. H. Hirsch Reserve - US$ 300,00
  • Canadian: Crown Royal’s Extra Rare Heritage Blend - US$ 10.000,00
  • Scotch: Dalmore 62 Single Highland Malt Scotch Whisky - US$ 58.000,00
  • Irish: Nun’s Island Distillery Pure Pot Still Whiskey - US$ 143.020,00

Não é esquisito que o uísque irlandês mais caro do mundo seja muito mais caro do que o bourbon mais caro? Duvido muito que um uísque consiga ser 476 vezes melhor do que outro.

Acontece que o preço das bebidas é uma coisa totalmente subjetiva, que não depende apenas da qualidade da bebida. Além disso, esse uísque irlandês sequer foi vendido por esse preço: a loja apenas o oferece por ele, mas até agora ninguém comprou a única garrafa existente. Já o tal scotch de 58.000 pratas foi leiloado e comprado por esse preço. O canadense é exclusivíssimo, e foi servido até mesmo para a Rainha Elizabeth II.

A lição aqui é: nem sempre a bebida mais cara vale mais. A relação custo-benefício deve ser sempre levada em conta - desde que o custo não seja exorbitante, e que o benefício não seja pequeno demais. Ainda não vale a pena tomar uma vodka assassina por apenas 3 reais o litro!

Quanto a mim, se tivesse tanto dinheiro sobrando, iria preferir comprar 476 garrafas do melhor bourbon do mundo do que uma única garrafa do melhor irlandês...